sexta-feira, 25 de março de 2011

Revista Sorria - Editora MOL

Desde a primeira vez que eu li a Sorria me apaixonei por ela. O visual é lindo, os textos são leves e absolutamente bem escritos e os conteúdos são para lá de relevantes. Toda vez que tenho uma Sorria em mãos, eu termino meu dia mais feliz!

A Sorria, para quem ainda não conhece, é uma revista diferente, que não vende em banca e não é possível assinar (infelizmente). Ela é distribuida nas lojas da Droga Raia de todo o país, custa só R$ 2,95, e toda sua renda, descontados os impostos, é revertida para o Graac e o Instituto Airton Senna.

Na minha opinião, o grande mérito da Sorria é o bem que ela faz, não somente ajudando as instituições de caridade apoiadas mas, principalmente, transformando a vida de quem a lê. É absolutamente impossível terminar a Sorria sem ficar pensando em como fazer as coisas de uma forma diferente, buscando construir um mundo melhor e ser mais feliz.

Em suas 18 edições, a Sorria já abordou assuntos como educação, perdão, escolhas, recomeço e fé, sempre contando histórias lindas e comoventes. Todos os textos são encantadores, beirando o poético, mas eu destaco principalmente os editoriais da Roberta. Dá vontade de guardar dentro do coração, para não esquecer jamais.

Da próxima vez que você for a uma Droga Raia, não saia de lá sem uma Sorria embaixo do braço. Tenho certeza que você irá descobrir uma das melhores opções de leitura disponíveis em por aí.

Conheça melhor a Sorria:

http://www.revistasorria.com.br

segunda-feira, 21 de março de 2011

Filha, Mãe, Avó e Puta – Gabriela Leite

Todo esse burburinho em cima do filme Bruna Surfistinha, que ainda não assisti, mas que está na minha lista de pendências, me fez querer escrever sobre o livro Filha, Mãe, Avó e Puta, da escritora Gabriela Leite.

Quando ouvi falar pela primeira vez sobre o livro, que é autobiográfico, coloquei em dúvida a qualidade da obra (afinal, não era bem pelos seus dotes literários que a autora era famosa), mas tive uma grande e grata surpresa assim que iniciei a leitura das primeiras páginas. Além da história ser interessantíssima, ela foi excepcionalmente bem contada, levando-nos a conhecer e entender o universo infame da prostituição (que normalmente olhamos de cima e com grande desprezo) de uma forma um pouco menos preconceituosa.

Filha, mãe, avó e puta conta a trajetória de Gabriela, uma jovem paulistana de classe média, ex-aluna dos melhores colégios de São Paulo e estudante do curso de filosofia da USP (no qual passou em segundo lugar) que, aos 22 anos, decide tornar-se prostituta.

O interessante da história de Gabriela é que ela não escolheu o rumo de sua vida por falta de opção. Mas por que essa era a SUA opção. Não porque queria dinheiro “fácil” para pagar por luxos aos quais não tinha acesso. Mas porque queria ter acesso a um mundo diferente, que lhe parecia normal e verdadeiro.

Gabriela passou por situações tristes, deprimentes e degradantes, afastou-se de sua família e foi afastada do convívio com suas filhas, mas não se arrepende de nada. Dá até para entender: tudo isso fez dela o que ela é hoje - uma socióloga respeitada, fundadora da ONG Davida e da grife Daspu e figura atuante na discussão e defesa de assuntos relacionados à prostituição.

Na minha opinião, o grande mérito da obra, além da competência com que foi escrita, é o fato dela conseguir incitar em nós um pouco de respeito por este universo que nos parece, a primeira vista, tão aversivo.

  • INFORMAÇÕES TÉCNICAS SOBRE O LIVRO:
  • Autor: GABRIELA LEITE
  • Ano: 2009
  • Número de páginas: 228

Perfil de Gabriela, escrito por Flávio Lenz Serra, para o livro “Eu, mulher da vida”:

“Gabriela tornou-se prostituta por opção. Antes de entrar “na vida”, muitas vidas viveu com intensidade: adolescente classe média, universitária da USP nos anos 60, secretária de multinacionais, mulher de malandro, mãe solteira. Ovelha negra em pele de lobo, ochão fugia aos seus pés quando ela decidiu partir de uma vez por todas, para a marginália. ‘Aí começa o meu grande tesão de atuar nesse mundo.’

Das zonas na Boca do Lixo, em São Paulo, à militância política nas organizações internacionais de prostitutas, muitas águas rolaram. Em sua luta pela dignidade das profissionais do sexo, Gabriela se envolveu de corpo e alma em movimentos religiosos e sociais, como a Teologia da Libertação, organizações não-governamentais (ONGs), setores do governo, grupos feministas, partidos políticos, guetos e tribos. Sem temer podres poderes e nunca engolindo hipocrisias, ela desvenda os bastidores desses diversos mundos e nos mostra que estamos todos no mesmo barco, participando de uma difícil batalha pelo encontro de um desejo, que é pessoal e único.

Nesse campo do sonho e do desejo atua a prostituta. Mulher da vida, guarda consigo a chave de um mistério, que sempre será mágico."

Leia um trecho da obra na revista Veja:

http://veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/trechos/filha-mae-avo-e-puta.html

segunda-feira, 14 de março de 2011

Texto: O Poder de Não Saber - Sylvio Ribeiro

Reproduzo aqui um texto ótimo, de Sylvio Ribeiro, extraído do blog Pequeno Guru.
Ele fala sobre o eterno aprendizado, coisa que eu realmente amo, admiro e tento colocar em prática.
Que todos nós sejamos inspirados por essas palavras....
O PODER DE NÃO SABER

Eu desejo chegar aos 50 com a mesma sensação que tenho hoje: a de que não sei nada. Tenho a certeza que já vivi aos 26 mais do que muitas pessoas de 30 e de que li mais livros do que vários executivos de 40. Mas eles não são parâmetros para mim, não é onde eu almejo chegar. Não importa o quanto me esforce, eu provavelmente nunca terei a metade do conhecimento de um Albert Eistein, Philip Kotler ou Leo Tolstói. Mesmo assim, os tenho como referências. O importante é a jornada, não a chegada. Essas “divindades do conhecimento” seguiram um princípio que é a base da vida: a de que sempre tem algo novo a aprender.

Pessoas mais velhas transmitem credibilidade. Pessoas mais novas transmitem inocência — e no caso de empresas, incompetência. Quando as pessoas mais velhas não abrem mão dessa inocência, elas se tornam grandes profissionais, grandes pais, mães e seres humanos exemplares. A única coisa mais chata que a prepotência de um homem de 40, é a de um homem de 25. Considerada uma das principais receitas do sucesso, é preciso cercar-se de pessoas que lhe ensinem algo a cada dia, pessoas melhores e mais experientes que você; o que na maioria dos casos significa que elas serão mais velhas. No entanto, isso não é regra. Você pode aprender tanto com um colega talentoso como com um chefe experiente.

Pessoas que pararam de aprender não têm o direito de ensinar, não que elas não saibam nada, mas porque não são um bom exemplo. Os melhores professores, gurus e pesquisadores do mundo são “velhos” (sem ofensas) não por causa da idade, da experiência natural da vida, mas porque eles nunca pararam de absorver conhecimento, descobrir coisas novas e questionar paradigmas. Quando você achar alguém assim, não saia de perto.

Sede por conhecimento costuma ser um traço da personalidade — como uma criança curiosa que pergunta tudo e abre uma empresa chamada Microsoft –, mas que geralmente é impulsionado por um propósito: passar em uma grande universidade, obter o diploma, conseguir um emprego, tornar-se um executivo… Muitas pessoas estariam satisfeitas ao chegarem aqui. Quando isso acontece, a maioria assume que já sabe o suficiente, que é hora de ensinar. E aí voltamos para a questão de personalidade. Ser um eterno aprendiz tem mais a ver com a sua visão de mundo do que um objetivo de vida.

Pergunte para um pai ou uma mãe o que seus filhos lhe ensinaram. Independente da idade, as crianças estão sempre nos ensinando algo. Não existe hora de aprender ou de ensinar, é tudo uma coisa só. E o barato da vida é esse, você pode tanto ensinar aos 16 como aprender aos 52.

Quanto mais cedo você assumir que não sabe nada sobre quase nada, melhor para você. Mantenha a inocência de uma criança e o empenho de um estagiário, dê importância para o conteúdo em vez da idade ou posição. Isso parece papo de livro de auto-ajuda barato, mas olhe para os maiores profissionais da sua área, as pessoas que inspiram você (exceto sua família) e você verá que embora fossem grandes, consideravam-se pequenos.

domingo, 13 de março de 2011

O Ponto da Virada – Malcolm Gladwell

Há muitos anos, e mais frequentemente ultimamente, me faço uma específica pergunta: o que faz com que algumas coisas dêem certo e virem febre enquanto outras simplesmente definham até morrer? Por que, por exemplo, um restaurante ou bar é o maior sucesso enquanto outro, muito parecido e localizado quase ao lado do primeiro, simplesmente não emplaca? Já me vi, inúmeras vezes, sentadas justamente na mesa de um restaurante ou bar com essa pergunta em mente.

O Otávio sempre insistiu que essa é uma questão simples e lógica (vindo de um engenheiro, é claro, essa resposta não me surpreende). Para ele, um restaurante dá certo porque tem um bom serviço, possui um ambiente agradável, fornece uma ótima comida por um preço justo (ou por um preço absurdo que atribua valor ao produto), faz uma divulgação adequada e está localizado num área que condiz como seu perfil e atrai um fluxo interessante de pessoas.

Claro que eu tinha que concordar com ele, pois isso realmente parecia lógico. Mas, para mim, sempre faltava alguma coisa. Eu sempre achava que deveria ter um “algo mais”, alguma coisa subjetiva e quase incosciente, que separava os meros sobreviventes daquilo que viraria moda (afinal, se não, seria muito fácil seguir a cartilha e lançar idéias, produtos, serviços, negócios e atitutes que se tornariam sucesso absoluto de uma hora para a outra).

O livro O Ponto da Virada, veio justamente trazer um pouco de luz para esta questão. Uma ótima indicação da minha querida amiga Siba, ele fala justamente sobre os aspectos que fazem com que algo atinja o ponto da virada e se torne uma epidemia social (ou seja, com que uma idéia seja “comprada” por um grande número de pessoas e que essa compra não seja momentânea, mas perene). Para o autor, a idéia do “ponto da virada” é justamente o momento em que pequenas mudanças entram em ebulição, fazendo com que uma tendência ou um comportamento dê uma guinada e se alastre. Ou se acabe.

No livro, ele apresenta em detalhes as três regras que levam uma idéia ou um negócio ao tão esperado ponto da virada: a regra dos eleitos, o fator de fixação e o poder do contexto.

Malcom Gladwell apresenta os conceitos que criam o ponto da virada através de casos reais interessantíssimos, como o da retomada da segurança no metrô de NY e da consequente diminuição da criminalidade em toda a cidade (aque se encaixa a teoria da janela quebrada, que descobri nesse livro e que passou a fazer todo o sentido para mim).

O Ponto da Virada me parece uma leitura interessante para todo o tipo de pessoa que é curiosa e tenta entender como funciona a dinâmica do universo no que diz respeito ao sucesso e insucesso de coisas e idéias. Ele é, ainda, particularmente útil para quem tem seu próprio negócio, pensa em criar um ou pretende difundir um idéia

O mesmo autor também escreveu Fora de Série (está na minha lista de próximas leituras) e Blink (que já li, adorei, confirmou algumas de minhas suposições e será em breve comentado nesse blog).

Informações técnicas sobre O Ponto da Virada:

Editora: Sextante

Autor: MALCOLM GLADWELL

Ano: 2009

Número de páginas: 288

O Ponto da Virada é “uma análise refinada das epidemias sociais, quer se trate de tendëncias da moda, de doenças ou de padróes de comportamento, como a prática de crimes.” – USA Today

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Discurso do Rei – Mark Logue e Peter Conradi

Adoro cinema tanto quanto livros. Quando soube que O Discurso do Rei triunfou absoluto na premiação do Oscar (ganhando nas categorias de melhor filme, melhor direção, melhor roteiro original e melhor ator), tive vontade de sair correndo para assisti-lo. Eu estava curiosíssima! Mas eu não poderia trair meus princípios e cair na tentação de ver o filme antes de ler o livro. Assim, dediquei algumas horas do meu carnaval para ler O Discurso do Rei, livro que, na minha opinião, fica bem aquém do filme (algo que, convenhamos, é bem difícil de acontecer).

O filme retrata o relacionamento entre Lionel Logue, um desconhecido terapeuta da fala, e o Duque de York, futuro rei da Inglaterra, no período compreendido entre 1926 e início da segunda guerra mundial. Logue, um colono Australiano e autodidata, ajudou Bertie a curar-se de uma gagueira crônica, e por isso, criou laços fortes com o monarca.

Diferentemente do filme, que concentra-se num curto período de tempo, o livro explora em detalhes todos os fatos da vida de Lionel, que foi, na verdade, avô de Mark Logue, o autor do livro.

A idéia de escrever o livro O Discurso do Rei veio justamente de um contato feito pelo produtor do filme, para obter mais informações para o longa. Vendo que realmente seu avô havia tido uma vida peculiar, Mark reuniu todas as informações disponíveis e recriou a história de Lionel, como forma de homenagear e manter viva a memória desse importante membro de sua família.

Na minha opinião, o livro conta uma história inspiradora e interessante (veja-se pelo sucesso alcançado pelo filme), mas de uma forma muito pouco cativante. Seu grande mérito está no fato de retratar um período maior da história vivida pelos dois personagens e na riqueza de informações que reproduz, incluindo extratos de cartas e discursos e detalhes sobre o desenrolar da segunda guerra mundial. Mas seu mérito acaba por aí. De resto, o livro é pouco atrativo e não consegue criar grande envolvimento com o leitor. Assim, apesar de tratar-se de uma história interessante, ela é contada quase como se fosse um documentário, o que faz com que o livro perca muito de sua força (coisa que não ocorre no filme).

Depois de ler o livro e ver o filme, respectivamente nessa ordem, deixo aqui minha sugestão: abandone as várias horas de uma leitura morna e entregue-se aos 118 minutos de um excelente filme. Vale muito mais a pena!

Informações técnicas do livro:

Autor: Mark Logue & Peter Conradi

Editora: José Olympio

Número de páginas: 192

Dicas extras:

Para aqueles que, como eu, gostam de histórias que retratam fatos e peculiaridades da monarquia britânica, indico os filmes A Rainha (2006) e A Outra (2008). Ambos excelentes.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Feeds RSS

Eu já tinha ouvido falar de RSS e feeds RSS algumas vezes, mas devo confessar que nunca tinha prestado muita atenção nisso. Via o simbolozinho laranja nos sites e blogs mas não dava muita bola (o coitado sumia ao lado dos famosos e populares "Fs" e "ts").
Mas eis que, ontem, deparei-me com a revista Info Exame de fevereiro, e na matéria de capa, sobre o Facebook, eles citam, justamente, essa sopa de letrinhas.
Quando entendi do que se tratava, simplesmente ADOREI o negócio (aqueles que são mais tecnológicos e antenados que eu, por favor, perdoem a minha ignorância, mas antes tarde do que nunca, né minha gente!).
Como essa tecnologia de nome estranho (Really Simple Syndication - RSS) revolucionou a forma que eu faço minhas leituras online (conteúdos de blogs e sites), achei super válido dividir essa dica com vocês. Se um nerd estivesse fazendo isso, com certeza, seria mais fácil, mas vou tentar (algum nerd me corrija, se eu falar alguma asneira).
O RSS ou feeds RSS é um código (XML) que a maioria dos blogs e sites possuem (sites que atualizam conteúdo frequentemente, como sites de notícias). Clicando no símbolo de RSS dos sites, você obtém o código RSS dele (esse código aparecerá na página exibida). Tendo o RSS do site ou blog, você o insere num site agregador (1. é muito simples, só usar CTRL C + CTRL V; 2. eu uso o site agregador o www.bloglines.com). Esse site agregador irá baixar, automaticamente e numa página única, o conteúdo de todos os sites que você tiver fornecido o feed RSS. Eu achei ótimo pq está ajudando a organizar o volume de informações que eu acesso diariamente. Em vez de entrar em 10 sites diferentes, eu entro em um só e as notícias e posts estão todas organizadas lá (no momento que a notícia é disponibilizada ela também entra no site agregador. É real time.).
Achei isso uma forma super prática de organizar minhas leituras online e de economizar meu precioso tempo. :o)
Experimente. É rapidinho de criar a sua conta no agregador e depois inserir os RSS dos seus sites e blogs favoritos.
Alguns sites agregadores de feeds:

quarta-feira, 2 de março de 2011

Previsivelmente Irracional – Dan Ariely

Contradizendo o que meu blog leva a crer, eu não leio só romances. Nem tampouco só histórias com personagens femininas fortes e marcantes, como todas as dos livros que comentei até agora. Também me fascina a literatura com cunho psicológico e comportamental, que é exatamente o que se vai encontrar no livro Previsivelmente Irracional, de Dan Ariely.

O tema central do livro é a Economia Comportamental, uma ciência relativamente nova (e pela qual me apaixonei) que baseia-se na psicologia para analisar e explicar tomadas de decisões econômicas. Nele, o autor reliza uma série de experimentos que demonstram que nosso raciocínio é influenciado por forças internas e externas – emoções, relatividade, expectativas, apengo, normas sociais – que nem sempre nos induzem a fazer escolhas racionais (por que estamos dispostos a andar algumas quadras para economizar R$ 10 na compra de um livro de R$ 30, mas não a andar a mesma distância para economizar os mesmos R$ 10 na compra de uma bolsa de R$ 800. Dentre tantos outros exemplos.).

Dan Ariely apresenta os resultados de seus experimentos, bem como aborda a complexidade do tema, de forma simples e acessível, através de uma linguagem leve e divertida. Talvez isso, juntamente com a atratividade deste assunto, faz com que Previsivelmente Irracional se transforme num daqueles livros que não queremos parar de ler (finalizei-o em apenas seis dias).

Previsivelmente Irracional é, definitivamente, uma leitura atraente que nos leva a conhecer melhor o ser humano e a refletir sobre a influência da relatividade em nossas vidas.

Saiba mais...

Encontrei duas excelentes resenhas sobre Previsivelmente Irracional no site da Livraria Cultura. Para quem quiser saber mais sobre essa obra, vale a pena acessar: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?isbn=8535223711&sid=18112422713224776725961225