quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Inspiração

Eu simplesmente ADORO ler. Ler tudo que é bom, é claro.  Amo um texto bem escrito, me delicio com palavras bem colocadas. Pode ser uma revista, um livro, um site ou um blog. Ultimamente, alguns blogs tem arrebatado meu coração. 

Eu amo ler como amo comer. Ok, é um enorme clichê, mas no meu caso é a mais pura verdade: uma leitura legal é o alimento da minha alma.

Um bom texto para mim é como uma obra de arte, como uma cena que rouba o meu fôlego. Eu chego a sentir algo por dentro, uma falta de ar, e o meu olho fica marejado. Juro que não estou exagerando e juro que estou fazendo uma força incrível para não parecer piegas.

E é tão bom sentir isso. Sentir essa vontade de tirar o chapéu e fazer reverência. De bater palmas em silêncio. De homenagear em pensamento alguém que soube te tocar profundamente sem nunca sequer ter cruzado com você.

Dias atrás, conheci pessoalmente alguém cujos textos eu sempre admirei. Vi que seu estilo é a exata tradução do seu jeito e que realmente ela é tudo aquilo que esparrama aos quatro ventos. Foi ela que me disse algo que eu nunca havia pensado, mas que é a mais pura verdade: “Livros de auto-ajuda não funcionam para mim, porque eles já vem com a receita pronta. Eu preciso é de inspiração.”

Bati o martelo. Sempre amei bons textos porque eles significam isso para mim: inspiração para fazer algo diferente e melhor. Ou pelo menos inspiração para tentar.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Alguém conhece a outra Lya?

Eu era fã de Lya Luft. Numa época em que muito pouca gente falava dela. Numa época em que a sua visão do mundo não estava estampada na revista Veja semana sim, semana não.
Eu fui fã de Lya Luft numa época que seus grandes livros eram As Parceiras, Reunião de Família e O Quarto Fechado. Pelo menos, eram grandes livros para mim. Para a crítica, nem sei se chegaram a ser. Para o grande público, certamente não. Mas para mim foram obras encantadoras.
Eu devorava Lya Luft em tardes de domingo e em poucas horas. Me alienava no seu delicioso realismo fantástico, viajava no seu jeito único de contar histórias familiares e virava amiga íntima dos anões, dos duendes e das mulheres atormentadas que povoavam suas obras.
Eu achava que a minha relação com a Lya Luft seria assim para sempre. Ela escreveria histórias para poucos fãs e eu seria uma de suas admiradoras fiéis ao longo da vida.
Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram. Para sorte da Lya, creio eu. Hoje ela é uma das escritoras mais populares e respeitadas do nosso país e suas obras figuram entre as mais vendidas assim que são lançadas.
Eu não tenho nada contra ao novo estilo da Lya Luft. Assim como sou fã de realismo fantástico, também gosto de uma boa crônica e adoro de ouvir a opinião de pessoas sensatas e inteligentes. Só devo admitir que fiquei um pouco enciumada porque a Lya que era só minha, agora é de um batalhão de admiradores (e também por ela ter deixado de lado um estilo tão único e encantador e que eu adorava tanto).
Então, já que todo mundo conhece a nova Lya, acho que nada mais justo que alguns também tenham acesso à Lya antiga. Aquela Lya que escrevia para poucos, mas que sabia como ninguém encantar esses poucos.
Para colaborar um pouco com essa difusão das antigas obras da Lya Luft, deixo aqui três dicas de livros que li e adorei. Todos curtíssimos, que podem ser devorados em menos de duas horas.
Obs.: como li essas obras no final da década de 90 e não tenho tão fresca na memória detalhes das suas histórias, recorri aos sites da Livraria Cultura e da Saraiva para pegar as resenhas.

As Parceiras (1980) – 128 pág
... Uma visão feminina sobre uma família marcada pela morte, pela loucura, por um mundo decadente que a envolve e a desagrega. Em 'As parceiras', o leitor é apresentado à Anelise, vida à beira do caos, que procura no passado as razões para seu infortúnio. Ao passar das páginas, ela encontra a coragem para enfrentar os fantasmas que a perseguem; a avó Catarina - obrigada a casar aos 14 anos com um homem violento; a tia Beata - uma viúva virgem, marcada pela tragédia; a tia anã - figura grotesca que marca sua infância; a amiga Adélia - ausência para sempre sentida; a irmã Vânia - seu oposto completo, forte e decidida, mas com um estranho segredo.

A Asa Esquerda do Anjo (1981) – 109 pág
Sinopse extraída do site da Livraria Saraiva
Criada em uma rígida família alemã, Gisela sofre por se sentir exilada em um mundo comandado por sua avó, a temida e autoritária matriarca Frau Wolf. Dividida entre a obrigação de seguir as duras normas da educação alemã e a vontade de ser como as outras crianças, admirando a mãe, uma 'intrusa' que tenta se integrar na família 'germânica', a menina cresce ambivalente, censurada pelo olhar crítico da avó e sentindo-se à sombra da prima, a preferida e perfeita Anemarie.
Em 'A Asas Esquerda do Anjo', Gisela conta a história de sua família, seus segredos - escondidos metaforicamente em uma portinha no porão; as mortes dolorosas e o anjo que guarda o mausoléu dos Wolf; os anseios e a culpa que a impedem de viver uma relação amorosa; a busca incessante pela aprovação em um lugar onde ela jamais seria igual aos outros.

Reunião de Família (1982) – 127 pág
Sinopse extraída do site da Livraria Saraiva
Criados de forma severa por um pai repressor e violento, Alice, Evelyn e Renato cresceram marcados pela insegurança, submissão, desconfiança, desunião e, acima de tudo, pela falta de amor. Quando o filho de Evelyn morre em um trágico acidente e ela passa a se comportar de forma estranha, acreditando que o menino ainda está vivo, a família decide se reunir para ajudar a irmã caçula. Mas nada acontece como esperado: o fim de semana que deveria servir para unir transforma-se numa catarse de culpas e segredos, um terrível jogo da verdade no qual os papéis de vítima e algoz se invertem. "Reunião de Família", terceiro romance de Lya Luft, compõe com "As Parceiras" e "A Asa Esquerda do Anjo" o que alguns críticos consideram a "trilogia da família". Neles são dissecados alguns dos valores que dão sustentáculo a nossa sociedade e são destruídas as falsas aparências que, em detrimento de todos os impulsos de vida e autenticidade, se constroem a partir de uma opressão mutiladora. Neste livro, o leitor encontrará, em uma linguagem sóbria e refinada, os conflitos familiares dramáticos diante de situações extremas que tanto fascinam a autora: a incomunicabilidade e amor, solidão, morte, mistério e busca de sentido.
Da “nova Lya” eu li Pensar é Transgredir, um dos seus livros mais vendidos. Devo admitir que gostei muito dessa obra, principalmente da crônica que deu nome ao livro.

domingo, 11 de setembro de 2011

Passando adiante dicas que recebi

Eu sou uma daquelas viciadas em livros que mesmo não tendo tempo para lê-los (como é o caso no momento) encontra tempo para comprá-los.
Assim, a listinha de maravilhosos livros adquiridos e não lidos só cresce aqui em casa (shame on me!).
Mas considerando que a maioria deles me foi sugerida por pessoas de aguçado senso crítico, acho que vale a pena passar adiante a indicação mesmo sem tê-los lido (quando tiver tempo de devorá-los, prometo postar aqui minha crítica detalhada).
Boa leitura a todos! Depois postem comentários falando o que acharam das obras.

O Andar do Bêbado – Leonard Mlodinow (indicação da Siba)

Fora de Série – Malcolm Gladwell (outra indicação da Siba)
Resenha, opinião de leituras e link para download do primeiro capítulo:

Freakonomics – Steven Levitt (comprado na empolgação depois de ler um artigo muito legal a respeito)
Blog do livro. Completíssimo!

Reparação – Ian McEwan (indicação da Juliana Zweifel)
O livro x o filme (Desejo e Reparação):
Helena de Tróia – Margaret George (escolhi na livraria)
Não encontrei nenhuma resenha ou informação que valesse a pena compartilhar a fonte aqui. Vocês terão que aguardar os meus comentários sobre a obra (ou ler o livro antes disso!). ;o)

Auto-engano – Eduardo Giannetti (indicação da Adriana Gomes)
Esse estou lendo, a passos de tartaruga, porque a pós tem consumido meus minutos livres. Deverá ser concluído nos próximos dias.
Trechos do livro:

sábado, 3 de setembro de 2011

Como funciona esse blog

Gente, só para deixar claro: minha intenção aqui não é contar tintin por tintim o que acontece num livro. Não é ser tão detalhista a ponto de não deixar nada a ser descoberto.
Eu, particularmente, detesto quando isso acontece. Eu gosto de simplesmente saber de antemão que um livro é bom, ter uma vaga idéia da história que será contada e deixar todo o resto para ser desvendado depois.
Afinal, é aí que se encontra o verdadeiro prazer da leitura: na curiosidade alimentada sem pressa, na descoberta que se dá pouco a pouco e no envolvimento criado com o tempo.
Aqui, darei breves pinceladas sobre as obras que considero valiosas e indicarei os caminhos seguros para quem quiser conhecê-las melhor. O resto fica por conta de vocês. Combinado assim?

PS: sei que estou devendo atualizações mais constantes, mas minhas obrigações da pós estão consumindo quase todo o tempo livre. No momento estou lendo Auto-engano, do Eduardo Giannetti. Assim que concluí-lo, posto aqui meus comentários. Mas de antemão já informo: é ótimo!