quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Travessuras da Menina Má – Mário Vargas Llosa

Não sou o tipo de pessoa que cria com muita facilidade listinhas “Top Ten”. Gosto tanto de tantas coisas que fica dificílimo, se não impossível, escolher as 10 ++. Nunca consegui definir quais são os 10 filmes que mais gosto. Sobre livros, nem tentei pensar. Aí sim eu piraria. Mas acho que eu posso dizer que, independente de quais livros estivessem nesse seletíssimo grupo, um deles seria Travessuras da Menina Má. Isso, pelo menos, no momento que eu o li (porque vamos ser sinceros, para tudo existem os timings da vida).

Eu iniciei Travessuras da Menina Má nem me lembro por quê (acho que porque ele estava vendendo horrores na época, o que me deixou curiosa). No início a leitura estava meio arrastada, mas aos poucos eu fui sendo fisgada. Fui adorando a forma com que o Vargas Llosa ia construindo a história e fui ficando fascinada pelo antagonismo dos personagens.

Travessuras da menina má conta a história de uma paixão doentia que dura uma vida inteira. Ela se passa em vários lugares e em diferentes épocas. Começa na Lima dos anos 50 e segue por cidades que servem como palco perfeito para uma boa história: Paris, Londres, Tóquio e Madri (devo admitir que Londres é uma cidade recorrente nos meus livros favoritos).

Durante todo o livro, nos dividimos entre amar e odiar a “chilenita” e entre admirar e repudiar o sofrido Ricardo. E mesmo vivendo estereótipos dos amores de novelas (o bom menino que se apaixona pela menina má), os personagens nos prendem do início ao fim.

Sendo Vargas Llosa quem é, o romance não poderia deixar de conduzir o leitor pelas nuances políticas do período em que a história se passa (1950 a 1980), o que o torna ainda mais rico.

Em um outro blog sobre livros, li o seguinte comentário sobre esta obra: “De todas as mulheres que lêem, todas viciam.” Devo confessar que eu e várias amigas somos provas irrefutáveis dessa afirmação. :o)

Vale lembrar que Mario Vargas Llosa foi o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2010. Só li esse livro dele até o final, mas julgando por este, o prêmio foi merecido.

(Na verdade, amei tanto Travessuras da menina má que saí correndo para comprar outro livro do Vargas Llosa. Como quase todo mundo, faço isso: depois de um ótimo livro, viro fã do autor e quero ler tudo que ele já publicou, tentando encontrar em outras obras a mesmo deleite da primeira leitura. Entretanto, escolhi “Elogio da Madrasta”, e nem sequer consegui terminar o livro. Alguns críticos, ao comentarem esse livro, falam em “incursão bem humorada na literatura erótica”, mas eu achei ele simplesmente intragável. )

Leia um trecho de Travessuras da menina má na revista Veja:

http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/270906/trecho_menina_ma.html